MANCHINHA
Autor:
José Roberto Del Valle Gaspar
Vivia
a cadelinha na porta de imponente mercado,
Olhar
ativo nos olhares humanos,
Um
naco de pão era melhor que nada,
E
por vezes acompanhado de um afago.
A
vida da rua era dura,
Mas
enfrentaria até ser adotada,
Esperança
era tudo,
Para
quem tinha sido abandonada.
Para
subsistência encontrava dificuldade,
E
sabia ela que os humanos não eram iguais,
São
misturados entre bons e maus,
E
a parte má é a própria perversidade.
Naquele
dia sombrio, repetiu sua rotina,
Marcou
ponto na entrada,
Mas
a ordem havia sido dada,
Ignorantista:
“Extermina!”
No
cumprimento do mando,
Foi
enganada e envenenada,
E
para completar foi covardemente espancada,
A
crueldade humana se sobrepondo.
A
grande rede é absoluta,
A
frieza é imperativa, uma típica conduta,
Manda
o chefe, cumpre o lacaio,
O
direito à vida se refuta!
Manchinha
foi assassinada e cremada,
Vítima
de irracionalidade humana,
Seu
olhar sereno não será mais visto,
Sua
luz vital foi apagada.
Em
05/12/2018