domingo, 9 de dezembro de 2018

MANCHINHA


MANCHINHA

Autor: José Roberto Del Valle Gaspar

Vivia a cadelinha na porta de imponente mercado,
Olhar ativo nos olhares humanos,
Um naco de pão era melhor que nada,
E por vezes acompanhado de um afago.

A vida da rua era dura,
Mas enfrentaria até ser adotada,
Esperança era tudo,
Para quem tinha sido abandonada.

Para subsistência encontrava dificuldade,
E sabia ela que os humanos não eram iguais,
São misturados entre bons e maus,
E a parte má é a própria perversidade.

Naquele dia sombrio, repetiu sua rotina,
Marcou ponto na entrada,
Mas a ordem havia sido dada,
Ignorantista: “Extermina!”

No cumprimento do mando,
Foi enganada e envenenada,
E para completar foi covardemente espancada,
A crueldade humana se sobrepondo.

A grande rede é absoluta,
A frieza é imperativa, uma típica conduta,
Manda o chefe, cumpre o lacaio,
O direito à vida se refuta!

Manchinha foi assassinada e cremada,
Vítima de irracionalidade humana,
Seu olhar sereno não será mais visto,
Sua luz vital foi apagada.

Em 05/12/2018

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

"CONSUMMATUM EST"

    
"Consummatum Est"

    Foi coroado o golpismo com a  indicação do juiz supostamente 'moralista' Sérgio Moro como Ministro da Justiça, aquele da Lava-jato, que condenou o ex-presidente Lula, ancorado em falácias jurídicas e não em provas de fato, optando pela aplicação da justiça dirigida ou degenerada.
     O renomado jornalista Reinaldo Azevedo, em matéria na revista Veja que trata da indicação do Juiz, expressa: "Consummatum est"/tudo está consumado, quando já vinha alertando sobre a condenação política de Lula, ou seja, seletiva, para tirá-lo do páreo eleitoral. A expressão usada é a mesma que teria expressado Cristo no final do calvário/tortura, tortura esta, que passados dois milênios de cristianismo, é pregada descaradamente pelo Presidente eleito Jair Messias Bolsonaro, que se diz 'cristão', mas, ideológicamente, afronta princípios basilares do cristianismo.
       A situação do Brasil é triste, mas o fato é a verdade nua e crua, não havendo nada que se possa fazer, a não ser lamentar profundamente o caminho escuro/nebuloso escolhido pela maioria dos que têm nas mãos o poder da escolha, e que lavaram as mãos/pilatiaram, deixando o mal triunfar. 
       Para se ter uma ideia da ignorância que permeia na sociedade, segundo pesquisa, 82% dos eleitores bolsonaristas acreditam no famigerado "Kit Gay", uma notícia falsa inventada pelo candidato, e ele próprio, de tanto repetir tal mentira, acabou garantindo que é verdade o "bilete".
        Numa sociedade dessas, onde notícias falsas norteiam o voto de quem escolhe o dirigente maior da nação, se Cristo voltasse, como esperam os cristãos, seria alvo de avalanche de fake news/notícias falsas e novamente seria trucidado, aos moldes do que defende o Presidente eleito, ou seja, com os requintes cruéis da tortura, exatamente como ocorreu no narrado passado bíblico remoto, tudo pela ignorância anacrônica prevalente.
 
José Roberto Del Valle Gaspar
Em 02/11/2018

domingo, 18 de fevereiro de 2018

O NADA


O NADA

O navio do nada chegou,
Animais sendo embarcados,
Eles não falam, nem são perguntados,
Mas em defesa aparecem humanos civilizados.

Nas masmorras trancados,
Sem qualquer dignidade,
São eles enxovalhados,
E barbaramente maltratados.

Crueldade, crueldade, crueldade ...
Tratam os demais sencientes com maldade,
Humanos abjetos, boçais,
Ignoram direitos existenciais.

Clama-se por justiça,
Crueldade é inconstitucional,
Julgadores reconhecem, dentro da jus cabedal,
Mas a decisão é quebrada pela podridão palacial.

O navio do nada partiu,
Nos porões, vidas finais,
Animais escravizados e atordoados,
Na lama de excrementos amontoados.

Nada de mal fizeram, são inocentes,
Mas estão condenados, vão trucidá-los,
Em ritual crudelíssimo, onde paz nem espia,
Ao crédito da suposta humana supremacia.

José Roberto Del Valle Gaspar
@EmDefesadosDireitosdosDemaisAnimais
Em 06/02/2018



A VAQUINHA


A VAQUINHA

A vaquinha depois de violentada pelo senhorio,
Aguarda passivamente a gestação,
E, após o parto, por minutos vê seu filhinho, sua geração,
Que lhe é retirado pelo lacaio do patrão.

A vaquinha sofre muito com isso,
Depois é escravizada, ultrajada, humilhada,
Surrada, lesionada, e explorada à exaustão,
Anos de pura degradação.

O senhorio se apoderou de seu corpo, sua vida,
Obtendo lucros pela exploração,
Retirando das suas tetas, secreção,
Restando só tristeza dessa condição.

A escravização tira dela a alegria,
Seu prazer de viver e sua dignidade,
Ser senciente submetido a servidão,
Vítima de falta de civilização.

Esgotada pela extrema crueldade,
Mesmo jovem, cai, já exaurida, no chão,
É arrastada por um guincho de caminhão,
E enviada ao campo de concentração.

A vaquinha de triste vida,
Vítima da crueldade e da falta de escrúpulos,
Será assassinada friamente, sem punição,
Restos cadavéricos que seguem para comercialização.

Isso não poderia ficar assim,
O senhorio explorador e quem assassinou,
Teriam que pagar pela atróz ação,
Crueldade é vedada pela constituição.

Não se respeita os direitos dos demais,
Embora sejam eles naturais/existenciais,
Animais humanos, cruéis, usam da escravização,
Invocam nefasta supremacia para trucidação.

Será que escravizar, violentar, ultrajar,
Humilhar, surrar, maltratar, lesionar,
Terminando por matar, após explorar à exaustão,
Não caracteriza crueldade? É a questão!

José Roberto del Valle Gaspar
@EmDefesadosDireitosdosDemaisAnimais
Em 11/02/2018


sábado, 3 de fevereiro de 2018

EM DEFESA DOS DIREITOS DOS DEMAIS ANIMAIS

EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA DESEMBARGADORA DIVA MALERBI DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA TERCEIRA REGIÃO

Manifesta-se pela manutenção da proibição de embarcação de animais da indústria da morte em todos os portos do Brasil.

Não é demais expressar, que os demais animais não são coisas, não são mercadorias, são sencientes, têm corações que pulsam e sangue que circula, e sofrem, choram, sentem dor, sentem frio, sentem calor, sentem fome, igualzinho aos animais humanos.

A crueldade que temos visto no Brasil é uma vergonha para a humanidade em pleno século XXI. Humanos, depois de vinte séculos calendarizados, ainda não se civilizaram e nem se humanizaram, e praticam as mesmas atrocidades da medievalidade, mas multiplicadas por bilhões, ou seja, de forma exponencial e sem limites.

Os demais animais não falam a nossa língua, e usam somente de sentimentos de desespero, resistência, expressões e olhares de sofrimento e reprovação, e seus direitos naturais não são respeitados, e são escravizados, explorados, torturados, maltratados, mutilados, lesionados e mortos, tudo para satisfazer a ganância e a gula humana.

O que se extrai da CF é que toda e qualquer crueldade é vedada, então, obviamente, o uso de animais em teste é vedado, pois submete-se os animais a extrema crueldade. A escravização e exploração de animais para retirada de excreções mamárias (chamado leite) é vedado, pois também submete os animais a extrema crueldade. O assassinato de animais para comercialização de suas partes cadavéricas também é vedada, pois, colocar fim a vida de um animal é a pior das crueldades. Pergunta-se: Como a pecuária, os laboratórios, a indústria cosmética, a indústria de produtos de higiene e limpeza e a indústria sanguinária da morte, que usam animais em todas estas perversas atividades que afrontam contra todos os direitos dos demais animais, conseguem subverter essa garantia, eis que a lei não pode contrariar os ditames constitucionais em sua essência? A resposta, certamente, é a representação dos senhorios da feudalidade nos átrios do poder, e a corrupção avassaladora da compra e venda de consciências!

Em nome dos demais animais que estão ilegalmente e cruelmente presos em navios da morte, peço "Habeas Corpus" a eles, pois são portadores de direitos naturais, ou seja, básicos, como a vida, liberdade e dignidade como seres sencientes que são.

José Roberto Del Valle Gaspar
@EmDefesadosDireitosdosDemaisAnimais