domingo, 18 de fevereiro de 2018

O NADA


O NADA

O navio do nada chegou,
Animais sendo embarcados,
Eles não falam, nem são perguntados,
Mas em defesa aparecem humanos civilizados.

Nas masmorras trancados,
Sem qualquer dignidade,
São eles enxovalhados,
E barbaramente maltratados.

Crueldade, crueldade, crueldade ...
Tratam os demais sencientes com maldade,
Humanos abjetos, boçais,
Ignoram direitos existenciais.

Clama-se por justiça,
Crueldade é inconstitucional,
Julgadores reconhecem, dentro da jus cabedal,
Mas a decisão é quebrada pela podridão palacial.

O navio do nada partiu,
Nos porões, vidas finais,
Animais escravizados e atordoados,
Na lama de excrementos amontoados.

Nada de mal fizeram, são inocentes,
Mas estão condenados, vão trucidá-los,
Em ritual crudelíssimo, onde paz nem espia,
Ao crédito da suposta humana supremacia.

José Roberto Del Valle Gaspar
@EmDefesadosDireitosdosDemaisAnimais
Em 06/02/2018



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